Verso aflito: uma ousadia pelo espaço infinito.
Galáxias? Tenho-as na mão...
A viagem é maior que meu próprio grito
e palavras voam pelo tempo afora
expulsas pela explosão.
Escrevo o Big Bang,
o momento da criação!
E assim sigo buscando o entusiasmo do meu passado,
como uma nave imaginária no espaço-tempo,
a alma liberta, o coração apaixonado,
canto pela vida cada nova viagem que invento.
Meu poema vai compondo uma “breve história do tempo”,
como observador viajante, o poeta, o elétron e o amor.
Canto divinamente saboreando ao correr do vento
feito o uirapuru ou o beija-flor:
pairam no ar, exibindo o dom superior.
De estrela em estrela, sigo estrelando meus filmes.
Imaginando imagens,
seres ornamentais,
personificando coragens,
criaturas sobrenaturais,
idealizando vantagens
segredos universais.
De galáxia em galáxia vou galopando no poema:
originalizando versos,
aprisionando planetas,
equacionando enigmas reversos
e ajustando lunetas.
Elimino apenas os humanos dispersos e fracos.
Os que desvencilham das letras.
Oh! Deusa do destino Universal
minha rainha e musa: Liberdade!
Ilumina-me o candelabro, seu brilho e ritual,
dá-me o direito de decidir o futuro, a relatividade!
Assim como zelas pela história humana, até o final,
clamarei pelo teu nome, razão e verdade.
Assim como jorram partículas do momento inicial,
decifro o elixir da vida, a eternidade.
Viajo quase que espontaneamente ao elemento passado
onde a origem de tudo foi soberana, sublime chama!
Vejo o universo, os acordes, as luzes, lado a lado,
embriagando-se na evolução, eterna trama!
Assim despe-se a vida,
lentamente
deita-se em labirintos profundos,
a lógica indomável da morte.
Por que é indecifrável e bela
a fotografia das galáxias?
Por que o destino de tudo está nas mãos de Deus?
Haverá solução para os homens,
compreensão aos poetas e explicação para os versos?
A poesia continua rainha absoluta e à sua sorte,
expandindo e evoluindo,
protegendo e prevendo,
admirando e amando.
Somente o labirinto utópico da imaginação
compreenderá a verdadeira razão
da contração do mundo!
Será que alguém é capaz de prever, morrer antes de nascer?