O Sábio Sabido
Sou o sábio mais sabido.
Rei dos milagres e poderes
dentro de mim escondido.
Linda aura de todos os seres.
Fama subitamente difundida
sem a morte, razão dos vivos,
faço pulsares, brilho e vida,
culto impávido aos olhos cativos.
Alguns dizem-me, sobrenatural,
que a morte é certa aos poetas.
Outros: devaneio, rito anormal
um pobre filósofo de palavras crespas.
Sobre os pouquíssimos primeiros,
reino... justo idolatrado e belo.
Digo aos últimos, corriqueiros,
ensino em vida e à morte: velo!
Detesto míseros idólatras, inconteste.
Devesse eu morrer em vida, poeira e ardente?
Ser o sábio sabido que em morte desperte
ou brilho grego pertinente de estrela cadente?
Entrego-me à arte pura palavra e desejo,
cismo imperceptivelmente, espalho sensações.
Uma noite num quarto eterno, beijo
sombras de meus amores, lúdicas ilusões.
Cuido existir em escrita, trechos e apetrechos,
brilho do sol, vida, palavra-poesia,
... e viver com alegria!
Wildon
12/08/2006
WILDON LOPES
Enviado por WILDON LOPES em 12/08/2006