FILOSOFIANDO GUARÁ
Onde nasci,
tem de tudo um pouco.
Posso subir em mangueiras, jaboticabeiras,
fruta-do-conde, goiabeiras e pé-de-jatobá.
É bom chupar antes de sexta-feira
todas as frutas de Guará.
Todos os poetas da minha cidade
cantam e se encantam com a velha pracinha redonda
que fica ao lado da fonte luminosa.
Todas as moças que passam pelo coreto,
desfilam beldades...
Ansiosas, moderninhas e vaidosas.
_ todas sempre bem vestidas e cheirosas!
Pena que elas, sendo muito mimadas,
estão sempre, e bem acompanhadas...
E assim caminho
“filosofiando” um pouco aqui e outro pouco ali.
Sempre relembrando e poetando
sobre a cidade onde nasci.
Lagoa Feia,
Lagoa das Éguas... depois,
Guará.
Espero um dia degustar da ceia
e de suas verdades.
Caminhar pelas sete léguas
que levam ao matadouro,
admirando as suas belas noites de lua cheia.
Espero também poder dormir numa rede
ao relento e por conta do vento
sentir a brisa dos córregos que te banham,
mas, sempre de papo pro ar.
E com certeza,
ao clarear do dia,
embaixo de um abacateiro gigante,
acordarei em asas, feito pássaro .
Mas podem acreditar,
eu terei sonhado a noite inteira
com o lindo canto do Sabiá,
e terei morrido confortavelmente
dentro de você:
Guará.
- AVIENLYW - (16/11/2001)
WILDON LOPES
Enviado por WILDON LOPES em 15/06/2006