CACHOEIRA DE GUARÁ
A velha cachoeira de Guará
marcou passo a passo,
o filme, o compasso
e a espera
das minhas ingênuas primaveras.
Nas pedras lavadas
do rancho
deserto...
(que já não mais existe)
o certo e o incerto
sombreavam-se
no desenho das águas.
Minha juventude ainda dorme
em busca dos meus sonhos
de menino.
Minha velhice ainda conspira
contra os fantasmas da represa
com suas imagens certeiras:
o gosto do peixe na telha
e da mandioca frita...
A sombra sangria do dourado fisgado no anzol saltitando aos ares pela correnteza fria...
Deslizam-me pensamentos
sobre as tarrafadas no final das tardes,
onde nossos corpos queimavam-se ao sol.
Enquanto as águas frias do velho rio Sapucaí
banhavam a beleza da rica subida da piracema...
E neste filme de antigas cenas
sobre Guará em suas telas serenas,
sinto saudades da família
e dos amigos,
apenas!
13/03/2009