MAÇONARIA: "CONFISSÕES DE UM MESTRE"
Contemplo este templo,
coroamento e iniciação.
Minha morte e meus fragmentos,
o princípio da maçonaria, seus mistérios e a purificação.
Masmorras onde anjos encontram-se
e escrevem sombrios testamentos.
Transformam-se em infinito
o homem justo e seus inventos
para mais além da quintessência
da antiguidade dos sete elementos.
Invento o verbo e a transparência da vida
a imortalidade de minh’alma
a velha magia e seus movimentos
o nada, o nada, e o nada...
__que não conduz a nada além da luz
apenas à união de homens livres
pedreiros de mãos dadas
geometricamente escolhidos
vigilantes em pé e à ordem, por seus juramentos.
Além deste tempo que não mais existe
o silencio vaga na imensidão,
a moral integra-se na retidão,
na fusão dos graus: idéias e ideais...
Só existe uma verdade: a união.
Ou, o avesso da morte que é certeira
e arranca-te a língua e o coração.
Morri aos sete anos da minha instrução
entre bandeiras desfraldadas
dentro de um templo sagrado,
nas masmorras
de um castelo em construção
na cripta do santo dos santos
dentro do templo do rei Salomão.
O ambiente era fúnebre e escuro
e o cheiro da tinta negra semeava em lágrimas...
Do lado norte, eram caveiras e ossos cruzados.
Do lado sul, homens justos, mas perfeitos soldados!
Assim nasci,
entre os limites da vida e da morte.
Assim morri,
sob um ramo de acácia, que selou minha sorte.
Chega-me agora o ritual que conta a história
três mil anos de viagens e uma só memória
sete segredos, sete planetas e as sete cores da perfeição
sete estrelas em conjunção
a energia das plêiades
a dança das nebulosas
a sinfonia de Pitágoras e a sua explicação.
O acorde dos astros
e a geometria.
Meu corpo nu entre a hipotenusa e a nova poesia.
Risca no universo as novas cores da magia
os velhos segredos da maçonaria
e o lado oculto da civilização.
Percebo e sigo a imensidão de cada viagem...
Do resgate mágico de cada princípio
ao sol em seu solstício
e ao mistério da evolução.
Do memorial secreto
ao sentimento da reflexão.
Do iniciado na masmorra
ao seu destino como verdadeiro maçom
glorificando a Deus
amando seus irmãos
homenageando a verdade
através da minha morte
e da ressurreição na iniciação.
Eu, talvez não encontre no clube seleto,
o significado completo
do pentagrama e da pedra cúbica.
Ou, talvez não enxergue, pela falta de luz,
a palavra de ordem do mestre secreto,
e os sinais de dor da morte do grande arquiteto.
Todo canto que invento
reflete, calcula e busca
o encontro das formas, colunas e glórias.
Sou o herói da era do sol
sou o pescador o peixe e o anzol
sou o impacto nas colunas do templo
sou a lembrança da meditação
o tabernáculo da perfeição
e as lições da câmara da revelação
ainda vivas nas nossas histórias.
Sou o quaternário
e o enigma da perfeição.
Sou a direção dos ventos,
a marca do movimento,
a causa e o efeito,
da fermentação à putrefação.
Eu sou os cinco elementos da criação.
Do ocidente: sou a escada do templo da natureza e do universo.
Do oriente: sou órion, sargitário e Perseu
A humildade instalada
na experiência e na alma
entre cada irmão que já morreu.
A incerta existência frágil dos sacerdotes,
a justa palavra estranha do astrônomos,
o mais preciso ser nascido pedra
o movimento nato
o verso absoluto e o anonimato.
Todos os inimigos prontos e armados
traçando planos, indignados,
executaram-me, mestre,
histórico assassinato.
Contemplo agora,
solstício de verão.
O sol em êxtase e o seu reconhecimento,
minha palavra mais sagrada
minha justa inspiração mais cara
ferida indolor
compreensão e tolerância rara.
Primeiro pelo companheiro das belas jornadas
com a régua de 24 polegadas.
Segundo pelo esquadro de ferro do falso irmão
trocando o símbolo zodiacal pelo golpe no coração.
Terceiro pelo inútil companheiro
alma etérea,
frágil deleite,
despacha um duro golpe de malhete
vertical e certeiro
e destrói o que resta da matéria.
Quem haverá de duvidar,
meu último pensamento.
Amar-te, Mestres dos Mestres,
é enriquecer-se de conhecimentos.
Lembrar-te, fusão entre o lastro e o dor
é compreender Zoroastro e o primeiro acontecimento.
Estudar-te, Oh! Rei dos egípcios e dos hebreus,
é ser o senhor da magia e deter os conhecimentos.
Seguir-te, oh! Incompreensível São João
é vencer velhas paixões construindo monumentos.
Construir-te, oh! Templo de Salomão,
é tornar-se justo e perfeito,
segundo teus mandamentos.
Eis a sublime harmonia do mestre maçom:
acabar com a inveja, a cobiça e a hipocrisia
procurar a chave da eternidade e da sabedoria.
Sufocar a mentira, a ignorância e a superstição,
e renascer para a maçonaria
como um sábio e verdadeiro irmão.
Hoje sou lenda
e silêncio.
Matéria que se dissolve
e envolve
o conhecimento.
Sou a eternidade
todas as coisas em movimento.
Sou o livro da lei
a luz, a filosofia e o verso.
Sou aprendiz do eterno rei:
o Grande Arquiteto do Universo.
I.'. Wildon
22/11/2008
WILDON LOPES
Enviado por WILDON LOPES em 15/12/2008
Alterado em 06/09/2014